Ó Viana do castelo
Neste cantinho tão belo
Tu vieste rio acima
Para compor a natureza
Tu deste tua beleza
E a foz ao rio lima
És terra de tradições
De festas e procissões
Tu também tens o teu dia
Quando tu vais festejar
Vês a procissão ao mar
Na senhora d’Agonia
Como cidade és formosa
Até um pouco vaidosa
Tu sabes como ninguém
Que o teu povo te adora
E mesmo quem vem de fora
Acha que te fica bem
Orgulho de Vianensse
O meu ser a ti pertence
Viana minha alegria
Eu me apaixonei por ti
Desde o dia em que te vi
Aos pés de santa Luzia
Com tua gente hospitaleira
Tu Viana és festejeira
Capital do alto Minho
Eu quero continuar
Contigo feliz morar
Juntinhos neste cantinho
A Portugal te mostras-te
Ao saber me emocionas-te
Do que se saiba oficial
Tua primeira aparição
Senhora da conceição
Aconteceu em Portugal
Em Balugães te mostras-te
E sempre mãe nos amas-te
Mais gente te viu depois
Escolhes-te do mundo inteiro
Portugal p’ra pioneiro
Em mil setecentos e dois
Virgem mãe que protegeis
A todos vossos fieis
Livrai-nos sempre do mal
Eu sinto vossa presença
Que alimenta a minha crença
Rainha de Portugal
Mãe se eu tivesse o valor
De um dia ser uma flor
Para poder perfumar
Bondosa como tu és
Eu queria estar a teus pés
Em cima do teu altar
Senhora se eu pequei
E alguém eu mal tratei
Por querer eu não o fiz
Peço então o teu perdão
Eu quero ser sempre bom
Para poder ser feliz
Coração eu bem te quero
E hoje vou-te ser sincero
Sei que tu és meu amigo
Mas não te tenho poupado
E tenho-te mal tratado
Já estou arrependido
Como e bebo o que não gostas
Ponho-te p’ra traz das costas
Nisso tenho sido um fraco
Tu dás-me a cada momento
Tão bonito sentimento
Eu a ti te dou tabaco
Sei que te estou a matar
Tu não me vais perdoar
Por não fazer sacrificio
Mas o que é que vou fazer
Se não consigo perder
O maldito deste vicio
Eu disso sou consciente
Fui tal como muita gente
Guiado p’ro mal também
Quis com isso acreditar
Que talvez só por fumar
Já parecia ser alguém
Mas desculpa coração
Eu sei que tu tens razão
Queiras-me tu perdoar
Sabes eu era novinho
Mas já tenho juízinho
E vou deixar de fumar
No colo da mãe brincava
E tão feliz se mostrava
Com toda a sua inocência
Dava pulos de alegria
Que sua mãe consentia
Com enorme paciência
Tu és tão linda mãezinha
E a exitada criancinha
Desfiava um vasto rol
De tudo que ela gostava
E só beleza encontrava
Como o céu o mar e o sol
Por um momento estacou
Nas mãos da mãe reparou
Com tal tristeza estampada
Diz a pobre criancinha
Mas as tuas mãos mãezinha
São feias não gosto nada
Vou-te contar uma historia
Que eu guardo na memória
À três anos se passou
E no meio de soluços
Ia contendo os impulsos
E a historia lhe contou
Um dia quis o destino
Que um pequeninho menino
Tendo a mãe á sua beira
Enquanto ela trabalhava
O pequeno se lançava
P´ra cima duma fogueira
Mas sua mãe não temeu
As mãos no fogo meteu
Num acto de grande amor
Tira a roupa à criancinha
Vê que queimaduras não tinha
Suas mãos não sentem dor
Mas a criança que é esperta
Faz força e a mãe aperta
Com caricias quase infindas
Diz tens as mãos como ninguêm
E agora que reparo bem
São lindas mamã tão lindasDa cama já não saía
Não andava não comia
Porque a mulher lhe morreu
Mas o bom filho cura a ferida
Com a palavra sentida
Que ao pai ofereceu
Coma pai devagarinho
Nem que seja um bocadinho
Esqueça a dor que o verga
Eu não o quero perder
Você vai ter que comer
Não tem raízes na terra
Meu filho que valor tem
A vida sem tua mãe
Eu não sei viver assim
Não diga isso paizinho
Terá todo meu carinho
Viva agora então por mim
Foi um bom pai toda a vida
E com minha mãe querida
Nada deixaram faltar
Agora estou a sentir
Que quero retribuir
Nunca o vou abandonar
Sempre que necessitar
Não se acanhe em me chamar
Eu até si logo venho
Vá lá não seja teimoso
Me sinto muito orgulhoso
Por hoje ter o pai que tenho
Meu filho muito obrigado
Sejas tu abençoado
Por tudo que aqui ouvi
Tiraste-me da agonia
E a partir deste dia
Eu quero viver por ti
Ó meu bondoso senhor
Que têdes todo valor
Livrai o povo da terra
Do pecado e da doença
Da fome e da desavença
E da desgraça da guerra
Não somos sem ti ninguém
Senhor só tu sabes bem
O mundo está se a perder
Já não tem boas maneiras
Não pára só faz asneiras
Vem senhor vem nos valer
Há drogas por todo lado
O povo já está cansado
Livrai-nos deste veneno
Tanto roubo e tanto ódio
E perante este episódio
Eu me sinto tão pequeno
Livrar do mal de repente
Fazer feliz toda a gente
Só deus pode conseguir
Faça deus com que isto mude
Eu peço muita saúde
Para quem me está a ouvir
O meu maior sofrimento
É porque eu não aguento
Ver um irmão a sofrer
Livrai meus filhos senhor
Das drogas e qualquer dor
Eu não os quero perder
Isto senhor é de mais
Vem acabar com meus ais
O mundo podes mudar
A vida está tão tristonha
E sabes tenho vergonha
Que alguém me veja chorar
Mãe peço hoje publicamente
E ouvido por muita gente
Á senhora do rosário
Que lhe dê muita saúde
Ser seu filho é uma virtude
Tenha bom aniversário
Mãe talvez eu não seja
O filho que uma mãe deseja
Carinhoso e sorridente
Mas eu tenho toda a certeza
Que guardo como riqueza
O que meu coração sente
Sente amor e gratidão
Minha mãe do coração
Nunca a esquecerei na vida
Não esqueço o seu penar
Quando por mim foi pagar
Á senhora da Aparecida
Não vou também esquecer
As noites que a fiz perder
Para me ajudar na agonia
Quando me faltava o ar
Eu tinha p’ra respirar
O vento que me fazia
Quantas vezes eu chorava
Porque a via desesperada
Com o medo de me perder
Quantas vezes os dois choramos
E noites em branco passamos
A pensar que ia morrer
Mas você não me largava
A nossa senhora implorava
Que me ajudasse a viver
Ás duas eu devo a vida
Não sei qual a mais querida
Só lhes quero agradecer
Hoje sou eu a pedir
Á senhora para me ouvir
Dê saúde á minha mãe
Ela por mim lhe pedia
A senhora sempre ouvia
Ouça-me a mim também
Se eu fosse rico um dia
Muita fome mataria
Neste nosso Portugal
Acabava com a pobreza
Daquele que em sua mesa
Nada tem e passa mal
Custa a crer esta certeza
Que haja tanta avareza
Só catorze pessoas tem
Um quarto de todo dinheiro
Que existe no mundo inteiro
Por isso somos ninguém
Esta é a verdade que dói
Que por dentro nos destrói
E nos deixa em agonia
Sabendo que há milhões
A ganharem uns tostões
Menos d’um euro por dia
E como pode essa gente
Na vida seguir em frente
E os filhos alimentar
Como dão a educação
Se nunca tem um tostão
Nem casa tem p’ra morar
Governos de todo mundo
Empenhai-vos bem a fundo
Acabai com este mal
Sou pobre não valo nada
Mas escutai-me a palavra
Fome não em Portugal
Já começa a ser demais
Ouvir os telejornais
Até nos tira alegria
Já estou cansado de ouvir
A toda a hora repetir
O mal da pedofilia
Eu não sei se é bom agora
Lembrar isso a toda a hora
É um trauma que os alcança
Vão pensar que os demais
Homens serão iguais
Inimigos da criança
Para bem da humanidade
Nem tudo será verdade
Ainda guardo esperanças
Que isto acabe já cedo
Porque eu já tenho medo
De me chegar ás crianças
Desejo do coração
Que tenham pesada mão
Pelo crime cometido
Há homens sem coração
Pensam que são mas não são
Homens só por ter crescido
Quem usa a crueldade
Com crianças faz maldade
Mata os sonhos com as lembranças
E nos seus olhares aflitos
Eu não paro de ouvir gritos
No silencio das crianças
Por me veres pobre e pequeno
Humilde de olhar sereno
Pensas mais que eu saber
Não queres que a vida em ti mande
Mas nunca serás tão grande
Que não tenhas que aprender
Ser rico não é defeito
Sempre que haja respeito
Para o pobre não humilhar
Pobre não vai p’ro governo
Mas nunca é tão pequeno
Que não tenha que ensinar
Não te orgulhes da riqueza
Do que tens sem ser soado
Se entenderes a natureza
Vais ficar envergonhado
Prefiro um ignorante
Que um medico arrogante
Que não respeita meu sofrer
Vencer não é ter grandeza
Pois não vence a natureza
E tem que lhe obedecer
Desconfia se és sortudo
Com boa vida oferecida
O tempo também dá tudo
Mas por fim tira-te a vida
Para teres algum valor
Não precisas ser doutor
Nem teres vida amargurada
Basta ter sempre em presença
Que o amor faz a diferença
E o ódio não leva a nada
Quem inveja o meu viver
Tudo que tem a fazer
É trabalhar como eu
Mas invejoso não é capaz
E eu deixo-o para trás
Com o dom que Deus me deuCaminhava eu distraído
E de repente dou comigo
A olhar uma criança
Segurava uma sacola
Enquanto pedia esmola
Chorava cheio de esperança
Abeirei-me do petiz
Que soluçando me diz
O senhor não é mau pois não?
É que eu pai já não tinha
Morreu a minha mãezinha
Tenho fome queria pão
Ao sentir miséria tanta
Apertousse-me a garganta
E com força o abracei
Agarrei-o pela mão
E com dor no coração
A minha casa o levei
De comida o fartei
E do que tinha lhe dei
Como se ela fosse minha
E enxugando os olhos seus
Eu senti chorar os meus
Com pena da criancinha
O senhor não é mau não
Tem um grande coração
E com os olhos cheios de brilho
Diz o senhor não se aborreça
Mas não me sai da cabeça
Gostava de ser seu filho
Fiquei eu a soluçar
E ao pequeno abraçar
Estas palavras me sai
Não serias p´ra mim cadilho
Gostavas de ser meu filho
Eu gostava de ser teu pai
Me angustio quando vejo
Que vou morrer com desejo
De nunca mais haver guerra
Haver paz eternamente
Feliz viver toda a gente
Que há no cimo da terra
Se eu manda-se um só dia
Toda a arma destruía
Mais ninguém ia sofrer
Os maleficios da guerra
Pois tudo que nela encerra
É o petróleo e o poder
Não percebo muito bem
Que por teimosia de alguém
Se vá matar tanta gente
Que sem ter culpa nem sorte
Alguém os condena a morte
Com as provas de inocente
Ninguém sabe o que sofri
Quando uma criança vi
Numa montanha em Timor
Que num buraco caído
E de chorar proibido
Só tinha direito a dor
Crianças que ides sofrer
Mutiladas ou morrer
No mundo não estais sós
Se Deus o quisesse agora
Eu morria nesta hora
Daria a vida por vós
Nos relvados tu venceste
E lá a vida perdeste
Eu vivi minha condena
Eras jovem eras forte
Só não venceste a morte
E me deste tão triste pena
Ao despedir-te de nós
Estremeceste-me a voz
Ao fechares os olhos teus
Sabes meu caro amigo
Algo de mim foi contigo
Quando vi chorar os meus
Chorei fiquei a sofrer
Por a vida te ver perder
Deus te dê o paraíso
Foi dolorosa a partida
Ver-te despedir da vida
Com tão bonito sorriso
Sou portista cem por cento
Mas há algo que lamento
E me deixa sem resposta
Por tudo quanto foi feito
Tudo te mostrou respeito
Só não vi Pinto da Costa
Tu comoveste a nação
Serás sempre um campeão
Enquanto memória houver
Guardarei a tua imagem
Como exemplo de coragem
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