Quarta-feira, 29 de Março de 2006

Viana

 

 

 

Ó Viana do castelo

Neste cantinho tão belo

Tu vieste rio acima

Para compor a natureza

Tu deste tua beleza

E a foz ao rio lima

 

 

 

 

És terra de tradições

De festas e procissões

Tu também tens o teu dia

Quando tu vais festejar

Vês a procissão ao mar

Na senhora d’Agonia

 

 

 

Como cidade és formosa

Até um pouco vaidosa

Tu sabes como ninguém

Que o teu povo te adora

E mesmo quem vem de fora

Acha que te fica bem

 

 

 

Orgulho de Vianensse

O meu ser a ti pertence

Viana minha alegria

Eu me apaixonei por ti

Desde o dia em que te vi

Aos pés de santa Luzia

 

 

 

Com tua gente hospitaleira

Tu Viana és festejeira

Capital do alto Minho

Eu quero continuar

Contigo feliz morar

Juntinhos neste cantinho

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publicado por casimirocosta às 00:25

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Senhora aparecida

A Portugal te mostras-te

Ao saber me emocionas-te

Do que se saiba oficial

Tua primeira aparição

Senhora da conceição

Aconteceu em Portugal

 

 

 

Em Balugães te mostras-te

E sempre mãe nos amas-te

Mais gente te viu depois

Escolhes-te do mundo inteiro

Portugal p’ra pioneiro

Em mil setecentos e dois

 

 

 

Virgem mãe que protegeis

A todos vossos fieis

Livrai-nos sempre do mal

Eu sinto vossa presença

Que alimenta a minha crença

Rainha de Portugal

 

 

 

Mãe se eu tivesse o valor

De um dia ser uma flor

Para poder perfumar

Bondosa como tu és

Eu queria estar a teus pés

Em cima do teu altar

 

 

 

Senhora se eu pequei

E alguém eu mal tratei

Por querer eu não o fiz

Peço então o teu perdão

Eu quero ser sempre bom

Para poder ser feliz

publicado por casimirocosta às 00:24

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Coração

Coração eu bem te quero

E hoje vou-te ser sincero

Sei que tu és meu amigo

Mas não te tenho poupado

E tenho-te mal tratado

Já estou arrependido

 

 

 

Como e bebo o que não gostas

Ponho-te p’ra traz das costas

Nisso tenho sido um fraco

Tu dás-me a cada momento

Tão bonito sentimento

Eu a ti te dou tabaco

 

 

 

Sei que te estou a matar

Tu não me vais perdoar

Por não fazer sacrificio

Mas o que é que vou fazer

Se não consigo perder

O maldito deste vicio

 

 

 

Eu disso sou consciente

Fui tal como muita gente

Guiado p’ro mal também

Quis com isso acreditar

Que talvez só por fumar

Já parecia ser alguém

 

 

 

Mas desculpa coração

Eu sei que tu tens razão

Queiras-me tu perdoar

Sabes eu era novinho

Mas já tenho juízinho

E vou deixar de fumar

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publicado por casimirocosta às 00:16

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Mamã coragem

No colo da mãe brincava

E tão feliz se mostrava

Com toda a sua inocência

Dava pulos de alegria

Que sua mãe consentia

Com enorme paciência

 

Tu és tão linda mãezinha

E a exitada criancinha

Desfiava um vasto rol

De tudo que ela gostava

E só beleza encontrava

Como o céu o mar e o sol

 

Por um momento estacou

Nas mãos da mãe reparou

Com tal tristeza estampada

Diz a pobre criancinha

Mas as tuas mãos mãezinha

São feias não gosto nada

 

Vou-te contar uma historia

Que eu guardo na memória

À três anos se passou

E no meio de soluços

Ia contendo os impulsos

E a historia lhe contou

 

Um dia quis o destino

Que  um pequeninho menino

Tendo a mãe á sua beira

Enquanto ela trabalhava

O pequeno se lançava

P´ra cima duma fogueira

 

Mas sua mãe não temeu

As mãos no fogo meteu

Num acto de grande amor

Tira a roupa à criancinha

Vê que queimaduras não tinha

Suas mãos não sentem dor

 

Mas a criança que é esperta

Faz força e a mãe aperta

Com caricias quase infindas

Diz tens as mãos como ninguêm

E agora que reparo bem

                                          São lindas mamã tão lindas
publicado por casimirocosta às 00:06

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Terça-feira, 28 de Março de 2006

Um bom filho

Da cama já não saía

Não andava não comia

Porque a mulher lhe morreu

Mas o bom filho cura a ferida

Com a palavra sentida

Que ao pai ofereceu

 

 

Coma pai devagarinho

Nem que seja um bocadinho

Esqueça a dor que o verga

Eu não o quero perder

Você vai ter que comer

Não tem raízes na terra

 

 

Meu filho que valor tem

A vida sem tua mãe

Eu não sei viver assim

Não diga isso paizinho

Terá todo meu carinho

Viva agora então por mim

 

 

Foi um bom pai toda a vida

E com minha mãe querida

Nada deixaram faltar

Agora estou a sentir

Que quero retribuir

Nunca o vou abandonar

 

 

Sempre que necessitar

Não se acanhe em me chamar

Eu até si logo venho

Vá lá não seja teimoso

Me sinto muito orgulhoso

Por hoje ter o pai que tenho

 

 

Meu filho muito obrigado

Sejas tu abençoado

Por tudo que aqui ouvi

Tiraste-me da agonia

E a partir deste dia

Eu quero viver por ti

publicado por casimirocosta às 00:38

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Tua ajuda senhor

Ó meu bondoso senhor

Que têdes todo valor

Livrai o povo da terra

Do pecado e da doença

Da fome e da desavença

E da desgraça da guerra

 

 

Não somos sem ti ninguém

Senhor só tu sabes bem

O mundo está se a perder

Já não tem boas maneiras

Não pára só faz asneiras

Vem senhor vem nos valer

 

 

Há drogas por todo lado

O povo já está cansado

Livrai-nos deste veneno

Tanto roubo e tanto ódio

E perante este episódio

Eu me sinto tão pequeno

 

 

Livrar do mal de repente

Fazer feliz toda a gente

Só deus pode conseguir

Faça deus com que isto mude

Eu peço muita saúde

Para quem me está a ouvir

 

 

O meu maior sofrimento

É porque eu não aguento

Ver um irmão a sofrer

Livrai meus filhos senhor

Das drogas e qualquer dor

Eu não os quero perder

 

 

Isto senhor é de mais

Vem acabar com meus ais

O mundo podes mudar

A vida está tão tristonha

E sabes tenho vergonha

Que alguém me veja chorar

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publicado por casimirocosta às 00:36

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Obrigado minha mãe

Mãe peço hoje publicamente

E ouvido por muita gente

Á senhora do rosário

Que lhe dê muita saúde

Ser seu filho é uma virtude

Tenha bom aniversário

 

 

Mãe talvez eu não seja

O filho que uma mãe deseja

Carinhoso e sorridente

Mas eu tenho toda a certeza

Que guardo como riqueza

O que meu coração sente

 

 

Sente amor e gratidão

Minha mãe do coração

Nunca a esquecerei na vida

Não esqueço o seu penar

Quando por mim foi pagar

Á senhora da Aparecida

 

 

Não vou também esquecer

As noites que a fiz perder

Para me ajudar na agonia

Quando me faltava o ar

Eu tinha p’ra respirar

O vento que me fazia

 

 

Quantas vezes eu chorava

Porque a via desesperada

Com o medo de me perder

Quantas vezes os dois choramos

E noites em branco passamos

A pensar que ia morrer

 

 

Mas você não me largava

A nossa senhora implorava

Que me ajudasse a viver

Ás duas eu devo a vida

Não sei qual a mais querida

Só lhes quero agradecer

 

 

Hoje sou eu a pedir

Á senhora para me ouvir

Dê saúde á minha mãe

Ela por mim lhe pedia

A senhora sempre ouvia

Ouça-me a mim também

publicado por casimirocosta às 00:35

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Fome não

Se eu fosse rico um dia

Muita fome mataria

Neste nosso Portugal

Acabava com a pobreza

Daquele que em sua mesa

Nada tem e passa mal

 

 

 

Custa a crer esta certeza

Que haja tanta avareza

Só catorze pessoas tem

Um quarto de todo dinheiro

Que existe no mundo inteiro

Por isso somos ninguém

 

 

 

Esta é a verdade que dói

Que por dentro nos destrói

E nos deixa em agonia

Sabendo que há milhões

A ganharem uns tostões

Menos d’um euro por dia

 

 

 

E como pode essa gente

Na vida seguir em frente

E os filhos alimentar

Como dão a educação

Se nunca tem um tostão

Nem casa tem p’ra morar

 

 

 

Governos de todo mundo

Empenhai-vos bem a fundo

Acabai com este mal

Sou pobre não valo nada

Mas escutai-me a palavra

Fome não em Portugal

publicado por casimirocosta às 00:32

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Crueldade

Já começa a ser demais

Ouvir os telejornais

Até nos tira alegria

Já estou cansado de ouvir

A toda a hora repetir

O mal da pedofilia

 

 

Eu não sei se é bom agora

Lembrar isso a toda a hora

É um trauma que os alcança

Vão pensar que os demais

Homens serão iguais

Inimigos da criança

 

 

Para bem da humanidade

Nem tudo será verdade

Ainda guardo esperanças

Que isto acabe já cedo

Porque eu já tenho medo

De me chegar ás crianças

 

 

 

Desejo do coração

Que tenham pesada mão

Pelo crime cometido

Há homens sem coração

Pensam que são mas não são

Homens só por ter crescido

 

 

Quem usa a crueldade

Com crianças faz maldade

Mata os sonhos com as lembranças

E nos seus olhares aflitos

Eu não paro de ouvir gritos

No silencio das crianças

 

publicado por casimirocosta às 00:28

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Meditando

Por me veres pobre e pequeno

Humilde de olhar sereno

Pensas mais que eu saber

Não queres que a vida em ti mande

Mas nunca serás tão grande

Que não tenhas que aprender

 

Ser rico não é defeito

Sempre que haja respeito

Para o pobre não humilhar

Pobre não vai p’ro governo

Mas nunca é tão pequeno

Que não tenha que ensinar

 

Não te orgulhes da riqueza

Do que tens sem ser soado

Se entenderes a natureza

Vais ficar envergonhado

 

Prefiro  um ignorante

Que um medico arrogante

Que não respeita meu sofrer

Vencer não é ter grandeza

Pois não vence a natureza

E tem que lhe obedecer

 

Desconfia se és sortudo

Com boa vida oferecida

O tempo também dá tudo

Mas por fim tira-te a vida

 

Para teres algum valor

Não precisas ser doutor

Nem teres vida amargurada

Basta ter sempre em presença

Que o amor faz a diferença

E o ódio não leva a nada

 

Quem inveja o meu viver

Tudo que tem a fazer

É trabalhar como eu

Mas invejoso não é capaz

E eu deixo-o para trás

                                       Com o dom que Deus me deu
publicado por casimirocosta às 00:21

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Segunda-feira, 27 de Março de 2006

Nó na garganta

Caminhava eu distraído

E de repente dou comigo

A olhar uma criança

Segurava uma sacola

Enquanto pedia esmola

Chorava cheio de esperança

 

 

Abeirei-me do petiz

Que soluçando me diz

O senhor não é mau pois não?

É que eu pai já não tinha

Morreu a minha mãezinha

Tenho fome queria pão

 

 

Ao sentir miséria tanta

Apertousse-me a garganta

E com força o abracei

Agarrei-o pela mão

E com dor no coração

A minha casa o levei

 

 

De comida o fartei

E do que tinha lhe dei

Como se ela fosse minha

E enxugando os olhos seus

Eu senti chorar os meus

Com pena da criancinha

 

 

O senhor não é mau não

Tem um grande coração

E com os olhos cheios de brilho

Diz o senhor não se aborreça

Mas não me sai da cabeça

Gostava de ser seu filho

 

 

Fiquei eu a soluçar

E ao pequeno abraçar

Estas palavras me sai

Não serias p´ra mim cadilho

Gostavas de ser meu filho

Eu gostava de ser teu pai

publicado por casimirocosta às 23:18

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Se eu pudesse

Me angustio quando vejo

Que vou morrer com desejo

De nunca mais haver guerra

Haver paz eternamente

Feliz viver toda a gente

Que há no cimo da terra

 

 

 

Se eu manda-se um só dia

Toda a arma destruía

Mais ninguém ia sofrer

Os maleficios da guerra

Pois tudo que nela encerra

É o petróleo e o poder

 

 

 

Não percebo muito bem

Que por teimosia de alguém

Se vá matar tanta gente

Que sem ter culpa nem sorte

Alguém os condena a morte

Com as provas de inocente

 

 

 

Ninguém sabe o que sofri

Quando uma criança vi

Numa montanha em Timor

Que num buraco caído

E de chorar proibido

Só tinha direito a dor

 

 

 

Crianças que ides sofrer

Mutiladas ou morrer

No mundo não estais sós

Se Deus o quisesse agora

Eu morria nesta hora

Daria a vida por vós

 

publicado por casimirocosta às 23:15

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Adeus campeão

Nos relvados tu venceste

E lá a vida perdeste

Eu vivi minha condena

Eras jovem eras forte

Só não venceste a morte

E me deste tão triste pena

 

 

 

Ao despedir-te de nós

Estremeceste-me a voz

Ao fechares os olhos teus

Sabes meu caro amigo

Algo de mim foi contigo

Quando vi chorar os meus

 

 

 

Chorei fiquei a sofrer

Por a vida te ver perder

Deus te dê o paraíso

Foi dolorosa a partida

Ver-te despedir da vida

Com tão bonito sorriso

 

 

 

Sou portista cem por cento

Mas há algo que lamento

E me deixa sem resposta

Por tudo quanto foi feito

Tudo te mostrou respeito

Só não vi Pinto da Costa

 

 

 

Tu comoveste a nação

Serás sempre um campeão

Enquanto memória houver

Guardarei a tua imagem

Como exemplo de coragem

Dorme em paz Miki Fehér

publicado por casimirocosta às 23:12

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