Eu gosto de fazer quadras
E meu estilo não mudo
Para quem me ler as palavras
Lhe encontre algum conteúdo
A vida para ser vivida
Obriga-me ao sofrimento
Mas não tem força que consiga
Calar o meu pensamento
Eu fui sempre um sonhador
Escrevo versos com amor
Porque um dia descobri
Que ninguém é igual
Mas vive sempre mais mal
O que vive só para si
Se um dia me veres perdido
Só triste e desiludido
Sem ver luz no horizonte
Quero só tua atenção
Preciso da tua mão
Não do dedo que me aponte
A minha cultura é pouca
Escasseio em sabedoria
Mas faço muita orelha mouca
Para ensinar filosofia
Com o devido respeito
Se me assiste este direito
Nunca julgar os demais
Vou aprendendo aos bocados
Que quando estamos calados
Por vezes dizemos mais
Se eu pode-se descrever
A minha escrita e dizer
O que sente o coração
Era um jardim em retalho
Que vou regando de orvalho